Eu quis me perder
Na Rua Alba
De salto alto
Como a gente sabe
O que nos resta
Foi isso que eu fiz...
sexta-feira, 26 de março de 2010
terça-feira, 23 de março de 2010
UNDERGROUND
Um calor perturbador. Um quarto escuro e fechado. Nenhuma arrumação. Duas pessoas também pouco arrumadas: Um homem perfeito que se denomina meio roqueiro pós punk e ísta e eu, uma idiota a beira de um colapso mental prestes a me declarar apaixonada. Nós dois há menos de uma hora na segunda garrafa de vinho safra ruim:
- Vai ficar com essa porra só pra você?
- Gosta de Mecano, não gosta? Eu lembro que gosta.
Pensei uma ou duas vezes no que ele havia perguntado como que se fosse um problema de física. Tive a sensação de que estava sendo interrompida.
- Você gosta, num gosta?
- Hã? Gosto, gosto! Você me interrompeu.
- Você tá bem?
- Não, mas eu tô.
Nós rimos. A risada era involuntária e a minha resposta já era uma frase literária para mim. De praxe, eu diria. Ele me deu a garrafa e eu engoli o resto de vinho que havia na garrafa pensando numa resposta melhor.
- Mayakovsky também se suicidou. Tem Velho Barreiro?
- Quer um cigarro?
- Não fumo.
- Nem eu.
O enredo do dia em que nos conhecemos veio na hora a minha cabeça.
Pensava que aquelas garrafas seriam o banho de inspiração que eu precisava para me declarar.
Fazia mais de 2 anos que eu estava apaixonada pelo quase roqueiro. Tinha ímpetos de raiva em pensar que vivia tão próxima e tão... Ele morava na minha rua. Todas as noites ele saia para fumar e eu ficava da janela do meu quarto assistindo. Todos dias, como se fosse uma obrigação. Certo dia ele me viu, ficou olhando fixamente para o meu ser estático na janela por, pelo menos, 5 minutos, e então acenou para que eu fosse até ele. E eu fui.
- Quer um cigaro?
- Não fumo.
- Eu também não. Quantos anos você tem?
- Suficiente.
- Eu também.
- Costuma concordar sempre com seu interlocutor?
E foi sempre assim, fazia sentido algum. Faltava encher o centro. E talvez isso trouxesse a inspiração até mais que o Velho Barreiro que eu na verdade usava como desculpa para dizer besteiras. E eu queria dizer tanta coisa há tanto tempo.
[...]
- Vai ficar com essa porra só pra você?
- Gosta de Mecano, não gosta? Eu lembro que gosta.
Pensei uma ou duas vezes no que ele havia perguntado como que se fosse um problema de física. Tive a sensação de que estava sendo interrompida.
- Você gosta, num gosta?
- Hã? Gosto, gosto! Você me interrompeu.
- Você tá bem?
- Não, mas eu tô.
Nós rimos. A risada era involuntária e a minha resposta já era uma frase literária para mim. De praxe, eu diria. Ele me deu a garrafa e eu engoli o resto de vinho que havia na garrafa pensando numa resposta melhor.
- Mayakovsky também se suicidou. Tem Velho Barreiro?
- Quer um cigarro?
- Não fumo.
- Nem eu.
O enredo do dia em que nos conhecemos veio na hora a minha cabeça.
Pensava que aquelas garrafas seriam o banho de inspiração que eu precisava para me declarar.
Fazia mais de 2 anos que eu estava apaixonada pelo quase roqueiro. Tinha ímpetos de raiva em pensar que vivia tão próxima e tão... Ele morava na minha rua. Todas as noites ele saia para fumar e eu ficava da janela do meu quarto assistindo. Todos dias, como se fosse uma obrigação. Certo dia ele me viu, ficou olhando fixamente para o meu ser estático na janela por, pelo menos, 5 minutos, e então acenou para que eu fosse até ele. E eu fui.
- Quer um cigaro?
- Não fumo.
- Eu também não. Quantos anos você tem?
- Suficiente.
- Eu também.
- Costuma concordar sempre com seu interlocutor?
E foi sempre assim, fazia sentido algum. Faltava encher o centro. E talvez isso trouxesse a inspiração até mais que o Velho Barreiro que eu na verdade usava como desculpa para dizer besteiras. E eu queria dizer tanta coisa há tanto tempo.
[...]
domingo, 21 de março de 2010
terça-feira, 16 de março de 2010
"Até aí as cousas."
"Camilo quis sinceramente fugir, mas já não pôde. Rita como uma serpente, foi-se acercando dele, envolveu-o todo, fez-lhe estalar os ossos num espasmo, e pingou-lhe o veneno na boca. Ele ficou atordoado e subjugado. Vexame, sustos, remorsos, desejos, tudo sentiu de mistura; mas a batalha foi curta e a vitória delirante. Adeus, escrúpulos! Não tardou que o sapato se acomodasse ao pé, e aí foram ambos, estrada fora, braços dados, pisando folgadamente por cima de ervas e pedregulhos, sem padecer nada mais que algumas saudades, quando estavam ausentes um do outro. " M de Assis.
quinta-feira, 11 de março de 2010
TROVA
Atirei um limão doce
Na janela de meu bem:
Quando as mulheres não amam,
Que sono as mulheres têm!
(Manuel Bandeira)
Na janela de meu bem:
Quando as mulheres não amam,
Que sono as mulheres têm!
(Manuel Bandeira)
segunda-feira, 8 de março de 2010
Depois não diga que eu não avisei
O meu jeito de andar
É meu
O meu jeito de amar
É meu
Tudo que eu falar
É meu
Aquilo que me deu
É minha
Cada estrada que andei
É minha
Cada pessoa que amei
É minha
Cada palavra que falei
É minha
A chave nos versos...
É meu
O meu jeito de amar
É meu
Tudo que eu falar
É meu
Aquilo que me deu
É minha
Cada estrada que andei
É minha
Cada pessoa que amei
É minha
Cada palavra que falei
É minha
A chave nos versos...
Ócio
Não sei do que está falando
Pretendo fazer esforço algum
Para entender
O incosciente
Dessa sua cuia
Tão ingenua
Eu ficar perdendo
A mim mesma
Nas suas convicções
Pretendo fazer esforço algum
Para entender
O incosciente
Dessa sua cuia
Tão ingenua
Eu ficar perdendo
A mim mesma
Nas suas convicções
Você não entenderia
Cada minuto que passa
Grita "faça alguma coisa"
E eu tento dizer
Não me aconselhe
Isso não é de agora
E talvez eu tenha culpa
Desse seu olhar
Eu vomito um "isso passa!"
E mesmo que não passe
Deixe-me curtir essa fossa
Isso não é de agora
E é mérito
Cada minuto que passa
Faz um enorme sentido
Eu ter te conhecido
Não vai mudar em nada
Escolhi outro caminho
Mas o final é mesmo
Grita "faça alguma coisa"
E eu tento dizer
Não me aconselhe
Isso não é de agora
E talvez eu tenha culpa
Desse seu olhar
Eu vomito um "isso passa!"
E mesmo que não passe
Deixe-me curtir essa fossa
Isso não é de agora
E é mérito
Cada minuto que passa
Faz um enorme sentido
Eu ter te conhecido
Não vai mudar em nada
Escolhi outro caminho
Mas o final é mesmo
quinta-feira, 4 de março de 2010
Mais um presente alternativo, amor.
Pra começar,
Eu poderia te dar um abraço, mas não me sentiria satisfeita. Não mesmo!
Eu poderia te encher de beijos...
Te dar aqueles tapas na cara que tanto gosto!
Deixar você fazer aqueles "peidinhos" na minha barriga sem me alterar...
Te dar um presente caro...
Dormir com você...
Eu poderia dizer aquele "estou com você" várias vezes!
Poderia escrever outro poema pra você, e é acho que é isso que eu vou fazer =D
Quem poderia prever
Tamanha felicidade
Tamanha surpresa
Os planos de irmos até a represa
Quem diria
Que você seria meu altar
Que seria o meu canal
Que prefiro dias com você no terminal
Ninguém sabia...
Nem mesmo nós
E isso é um alerta
Devemos nos trancar e deixar a porta aberta.
Então, Rafazildo (prefiro assim), é esse meu plano: me trancar em você!
Eu poderia te dar um abraço, mas não me sentiria satisfeita. Não mesmo!
Eu poderia te encher de beijos...
Te dar aqueles tapas na cara que tanto gosto!
Deixar você fazer aqueles "peidinhos" na minha barriga sem me alterar...
Te dar um presente caro...
Dormir com você...
Eu poderia dizer aquele "estou com você" várias vezes!
Poderia escrever outro poema pra você, e é acho que é isso que eu vou fazer =D
Quem poderia prever
Tamanha felicidade
Tamanha surpresa
Os planos de irmos até a represa
Quem diria
Que você seria meu altar
Que seria o meu canal
Que prefiro dias com você no terminal
Ninguém sabia...
Nem mesmo nós
E isso é um alerta
Devemos nos trancar e deixar a porta aberta.
Então, Rafazildo (prefiro assim), é esse meu plano: me trancar em você!
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