terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Do outro lado da calçada.

"Quando não se entende o que se sente é a melhor parte. Os namorados se beijam nem sempre para beijar, e sim para não ter que falar. A palavra destrói o amor, o beijo cura.

Numa sorveteria de Porto Alegre, faltou plaquinha para nomear um sorvete.

São quarenta sabores, somente um desprovido de batismo. Todo mundo que é atendido fica curioso com aquele pote no canto, anônimo. Vi gente coçar a barba, o cabelo, o umbigo diante do mistério gelado. Como se fosse um enigma. Uma rua ainda não pavimentada pela boca, infantil, em que as crianças jogam bola de uma garagem a outra sem se preocupar com a movimentação dos carros.

É mortal: das duas ou três bolinhas escolhidas, uma delas é justamente o sem nome, agora Sem Nome, pois de tanto ser chamado de Sem Nome acabou sendo esse o seu nome. Chocolate com amêndoas, pistache, morango e crocante; os gostos tradicionais foram superados na lista dos pedidos. O Sem Nome é o que mais sai, justamente porque ninguém sabe ao certo o que está lambendo e há o temor de perguntar do que se trata. O receio de esgotar o segredo e frustrar a brincadeira de cabra-cega.

O mesmo acontece com o amor. Quando não se entende o que se sente é a melhor parte. O trecho da paixão, a vontade de se aproximar sem pensar. A vontade de se encontrar para permanecer mudo. A vontade de telefonar para não dizer coisa alguma, apenas respirar ofegante e gemer diante do aparelho como operador do telessexo. Os namorados se beijam loucamente nem sempre para beijar, e sim para não ter que falar. As palavras são incômodas. A palavra destrói o amor, o beijo cura.

O amor também tem seu sorvete Sem Nome. E o que não será declarado apesar de longa convivência. É o que deveria ser dito no início, mas a ansiedade não deixou, o que deveria ser dito no final, mas já se tinha intimidade. Um tremor, um desespero alegre. Um apego pelo cheiro do pescoço. Um apelo pelo cheiro adocicado e selvagem do sexo no quarto. Um apego pelo cheiro dos travesseiros tomando sol na janela. Até um apego pelo cheiro de guardado do guarda-chuva, pelo cheiro de guardado do blusão na parte de cima do armário, pelo cheiro de guardado das lembranças.

O amor é o Sem Nome. Olhar para um filho aprendendo a escrever com uma das letras ao contrário e rir comovido daquele "E" caminhando na contramão da linha. E perguntar para a letra: "onde vais?" e não corrigir para segui-la.

A DR (Discutir a Relação), por exemplo, nunca tem fim. Não é para ter fim. Pois ninguém conseguirá aclarar por que se ama ou por que se deixa de amar. O casal pode varar madrugadas debatendo o comportamento, o que é certo e o que é errado, o que é justo ou injusto, só que não chegará a nenhuma conclusão. Chegar a nenhuma conclusão é o Sem Nome. As discussões terminam pelo cansaço ou pelo sexo. Não se encerram porque foram resolvidas, não se pode definir aquilo que é maior do que a própria vida. Duas vidas juntas são mais difíceis de serem resumidas. Não é como tese, que vem com uma sinopse na primeira página.

Recapitula-se o que se viveu e teremos uma seqüência desordenada de imagens, um videoclipe sem música. Entende-se o que se ama pela ausência de esclarecimento. O absoluto entendimento parte da confusão: será que estou ou não estou amando? Quanto mais confusos, mais intensos.

Enquanto não tivermos palavras para explicar, continuaremos amando. Por isso, deixo a bola de sorvete do Sem Nome ao fundo, para comer com a casquinha e fazer bastante barulho com os dentes."

(Sem Nome, Fabrício Carpinejar)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Osmose

Odeio esperar, mas tem sido honroso esperar por ele. Pouco assustador também. Me assusta também essa minha compreensão empática de tudo que ele fala. Seja de mim, seja de qualquer outra coisa. Talvez seja sua persuasão. Ou não. Quem sabe se é o meu amor por ele? Não vem ao caso. Assim como não vem ao caso milhões de outras questões que você e ele devem considerar perda de tempo. Falando em tempo, me bateu uma vontade imensa de tomar um banho de chuva... E eu não perderia meu tempo fazendo isso. Pelo contrário, eu preencheria o tempo. Preencheria o espaço de tempo entre as nuvens carregadas até o momento do nosso beijo. Sim, neste momento a chuva caiu, molhou o asfalto, a barra de nossas calças... O tempo foi preenchido, assim como meu corpo!
O que eu quero dizer é que, às vezes, eu gostaria de morrer amor.

domingo, 17 de outubro de 2010

Desculpe...

... mas eu gosto até dos seus defeitos.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Entrelinhas.

Ter me aberto assim só fez entrar poeira.
Só me fez ficar pelada...
Vestirei o meu casaco então!
Quanto a vontade de escrever?
Escreverei entrelinhas
E a asserção de que só eu sei do que eu estou falando voltará...
Afinal, quem mais além de mim sabe o que eu estou sentindo!?
E quem discrepar é burro... Pois não saberá do que eu estou falando.
E mais, essa poeira só me faz espirrar...
Tomarei anti-alérgico então!
E quanto a vontade de dançar na chuva?
Dançarei nos meus sonhos
Afinal, não terei que pedalar a minha lucidez pra fazer sentido pra você.
E se questionar é burro, pois não é pra fazer sentido.
E mais, já vesti meu casaco, Adeus.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Do meu jeito...

De um jeito ou de outro, eu nunca vou te abandonar!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Young

"Eu devo reconhecer que ninguém me conhece. Não realmente. Os que mais sabem não sabem da metade. Não deixo todos os segredos escaparem de mim, não mesmo. Uma delicadeza com os outros, eu diria, pois não quero assustar as pessoas com meu passado. Em especial aquelas que continuaram gostando de mim após o pouco que souberam. Mesmo porque aquela, que fez aquilo, nao está mais aqui. Eu sou literalmente outra."

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

FALEMOS DA INTIMIDADE

Sem remediar...
Começa assim: ambos são metade de uma “coisa” só.
Se sentem juntos mesmo em fronteiras diferentes.
Nada fixo nem pré- determinado, mas é tão certo quanto dizer que a baleia é um mamífero marinho.
Das brigas pode-se dizer que são disfarçadamente cômicas. Piadas internas vem a tona a todo momento.

Intimidade trata-se não do beijo, mas sim das risadas que ninguém entende a não ser as duas metades. Não do abraço quente, e sim das consequências que esse abraço causa.
Trata-se do querer estar junto mesmo estando junto. De sugerir uma segunda lua de mel quando já se fez todas as propostas que se tem que fazer para a pessoa amada.
Intimidade não é saber o que a outra metade vai dizer, é ouvir tudo como se fosse a primeira vez.
É elogiar aquele mesmo moletom.
Intimidade é ter o que falar pra e da metade 24 horas.
Intimidade é permitir a intimidade.
Perder brincos, deitar junto, olhar nos olhos, o beijo duradouro, tudo isso é só um detalhe.

Intimidade é uma metade dar um riso pelos olhos e a outra gritar “aleluia”.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Volte logo.

Encontro alegria no anomimato
Mas é por saber que
Estaremos juntos num futuro
Se quiser

Não faz sentido eu querer nada além
Do seu sorriso, do seu jeito...
A eternidade dos nossos sonhos
Que me faz acordar

Ao seu lado quase...
E amanhã, quem sabe se é pra sempre!?

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Como se fosse a 1ª vez.

Se elogio o seu moleton amarelo e os diversos outros
É pra falar indiretamente do seu abraço.
Se você se sente no filme " como se fosse a 1ª vez"
É porque você me conquista mesmo todos os dias, cada vez mais!
Se você... Bom, já sabe né?

domingo, 1 de agosto de 2010

Falemos do Vício

Depois da meia-noite:
Dois pontos,
Duas pessoas e reticências.

Na sequência um "adoro árvores",
Uma proposta, um beijo
E penso:

Além das árvores
Da chuva, da música
Eu queria gostar menos de você!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

As cores das nossas horas

Descartei possibilidades
De estar ao seu lado outra vez
Naquele mesmo lugar...
Na mesma intensidade...

Me dei conta: foi bom
E nas cores das nossas horas
Procuro uma explicação...
Recorro a alguma palavra

Recorro, mas não basta
Não há nada cabível
Ao tempo que já coube
Deixo estar...

Me deixo pensando em você
Te deixo me abraçar
Não há nenhuma saciedade
Ao tempo que já estou satisfeita

Você faz meu tipo
Você me faz bem
Quanto ao vício...
Deixo pra saber depois!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

"VIENNA" MINHA

Estou me entendendo menos do que antes
E a sua voz me atrapalha.

- Me deixa!

Talvez eu busque paradigmas
Por medo de me perder em nós.

A minha fuga é a pressa... Pra acabar logo com isso.

- Slow down, ele só quer conquistar sua presa!
- Slow down, amor demasiado!

A minha fuga é o abraço, o livro, a conquista, os devaneios.

Se há semelhança eu não sei!

- Que a sua versão seja melhor do que a dos outros!



"Slow down, you crazy child.
You're so ambitious for a juvenile.
But then if you're so smart, tell me why are you still so afraid?
Where's the fire? What's the hurry about?
You better cool it off before you burn it out.
You got so much to do and only so many hours in a day." (Billy Joel)

quarta-feira, 30 de junho de 2010

FÉ.

A minha fé é maior do que qualquer conquista que eu venha alcançar.
E para o peito meu que lateja eu respondo: esperar, esperar...

segunda-feira, 31 de maio de 2010

31 de Julho

Não mais tão intenso
Quando estamos tão distantes...
Não faz sentido
Quando sempre rezei por você
Quando às vezes você me quis
Ficou contido quando intenso
Não teve ínicio...
Agora transborda
Quando estamos tão distantes
Quando ainda rezo por você
Tão eterno!

domingo, 9 de maio de 2010

Eu sou vulgar

Deixei que os Livros
Tomassem mais espaço
Naquela sua Estante

Mas não me excluo
Da intercessão
Nem da caretice

Sim, eu sou vulgar
Na tristeza,
Na alegria,

No amor
Somos todos iguais
Então, volte

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Veneno

Sinto mais a enfermidade
Do veneno
Do que o da tristeza

Mais a minha raiva
Do que sua compaixão
O gosto de que

Tomo em seu lugar
Devolva-me então,
O prazer que seja

De outra cousa que
Não seja
O meu próprio veneno

Havia mais enfermidade...

sexta-feira, 26 de março de 2010

...

Eu quis me perder
Na Rua Alba
De salto alto

Como a gente sabe
O que nos resta
Foi isso que eu fiz...

terça-feira, 23 de março de 2010

UNDERGROUND

Um calor perturbador. Um quarto escuro e fechado. Nenhuma arrumação. Duas pessoas também pouco arrumadas: Um homem perfeito que se denomina meio roqueiro pós punk e ísta e eu, uma idiota a beira de um colapso mental prestes a me declarar apaixonada. Nós dois há menos de uma hora na segunda garrafa de vinho safra ruim:

- Vai ficar com essa porra só pra você?
- Gosta de Mecano, não gosta? Eu lembro que gosta.

Pensei uma ou duas vezes no que ele havia perguntado como que se fosse um problema de física. Tive a sensação de que estava sendo interrompida.

- Você gosta, num gosta?
- Hã? Gosto, gosto! Você me interrompeu.
- Você tá bem?
- Não, mas eu tô.

Nós rimos. A risada era involuntária e a minha resposta já era uma frase literária para mim. De praxe, eu diria. Ele me deu a garrafa e eu engoli o resto de vinho que havia na garrafa pensando numa resposta melhor.

- Mayakovsky também se suicidou. Tem Velho Barreiro?
- Quer um cigarro?
- Não fumo.
- Nem eu.

O enredo do dia em que nos conhecemos veio na hora a minha cabeça.
Pensava que aquelas garrafas seriam o banho de inspiração que eu precisava para me declarar.
Fazia mais de 2 anos que eu estava apaixonada pelo quase roqueiro. Tinha ímpetos de raiva em pensar que vivia tão próxima e tão... Ele morava na minha rua. Todas as noites ele saia para fumar e eu ficava da janela do meu quarto assistindo. Todos dias, como se fosse uma obrigação. Certo dia ele me viu, ficou olhando fixamente para o meu ser estático na janela por, pelo menos, 5 minutos, e então acenou para que eu fosse até ele. E eu fui.

- Quer um cigaro?
- Não fumo.
- Eu também não. Quantos anos você tem?
- Suficiente.
- Eu também.
- Costuma concordar sempre com seu interlocutor?

E foi sempre assim, fazia sentido algum. Faltava encher o centro. E talvez isso trouxesse a inspiração até mais que o Velho Barreiro que eu na verdade usava como desculpa para dizer besteiras. E eu queria dizer tanta coisa há tanto tempo.


[...]

domingo, 21 de março de 2010

O Amanhã já parece ontem
E a falta de sorte Me faz
Não firmar nem a incredulidade.
Estou apontando pra fé e remando, remando, remando...
Uma das únicas conjeturas que você pode fazer de mim hoje então, é:
Ver as pessoas que estão ao meu lado.

terça-feira, 16 de março de 2010

"Até aí as cousas."

"Camilo quis sinceramente fugir, mas já não pôde. Rita como uma serpente, foi-se acercando dele, envolveu-o todo, fez-lhe estalar os ossos num espasmo, e pingou-lhe o veneno na boca. Ele ficou atordoado e subjugado. Vexame, sustos, remorsos, desejos, tudo sentiu de mistura; mas a batalha foi curta e a vitória delirante. Adeus, escrúpulos! Não tardou que o sapato se acomodasse ao pé, e aí foram ambos, estrada fora, braços dados, pisando folgadamente por cima de ervas e pedregulhos, sem padecer nada mais que algumas saudades, quando estavam ausentes um do outro. " M de Assis.

quinta-feira, 11 de março de 2010

TROVA

Atirei um limão doce
Na janela de meu bem:
Quando as mulheres não amam,
Que sono as mulheres têm!

(Manuel Bandeira)

segunda-feira, 8 de março de 2010

Depois não diga que eu não avisei

O meu jeito de andar
É meu
O meu jeito de amar

É meu
Tudo que eu falar
É meu

Aquilo que me deu
É minha
Cada estrada que andei

É minha
Cada pessoa que amei
É minha

Cada palavra que falei
É minha
A chave nos versos...

Ócio

Não sei do que está falando
Pretendo fazer esforço algum
Para entender

O incosciente
Dessa sua cuia
Tão ingenua

Eu ficar perdendo
A mim mesma
Nas suas convicções

Você não entenderia

Cada minuto que passa
Grita "faça alguma coisa"
E eu tento dizer

Não me aconselhe
Isso não é de agora
E talvez eu tenha culpa

Desse seu olhar
Eu vomito um "isso passa!"
E mesmo que não passe

Deixe-me curtir essa fossa
Isso não é de agora
E é mérito

Cada minuto que passa
Faz um enorme sentido
Eu ter te conhecido

Não vai mudar em nada
Escolhi outro caminho
Mas o final é mesmo

quinta-feira, 4 de março de 2010

Mais um presente alternativo, amor.

Pra começar,
Eu poderia te dar um abraço, mas não me sentiria satisfeita. Não mesmo!
Eu poderia te encher de beijos...
Te dar aqueles tapas na cara que tanto gosto!
Deixar você fazer aqueles "peidinhos" na minha barriga sem me alterar...
Te dar um presente caro...
Dormir com você...
Eu poderia dizer aquele "estou com você" várias vezes!
Poderia escrever outro poema pra você, e é acho que é isso que eu vou fazer =D

Quem poderia prever
Tamanha felicidade
Tamanha surpresa

Os planos de irmos até a represa

Quem diria
Que você seria meu altar
Que seria o meu canal

Que prefiro dias com você no terminal

Ninguém sabia...
Nem mesmo nós
E isso é um alerta

Devemos nos trancar e deixar a porta aberta.

Então, Rafazildo (prefiro assim), é esse meu plano: me trancar em você!

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Como inseto que voa pra luz

Um sonho,
Como que se eu pudesse escolher...
Uma lembrança
De que você esquecera da letra F

Em meu nome,
Daquela Frase.
Do ponto no I
Daquela noite

De Filme
Que eu não oculto
Que deixei-me levar
Como inseto que voa pra luz!

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Só agora.

O cachorro deve saber
As paredes também
Que eu te conheci
Não sei se você me completa
Mas me faz sentir assim
Plena...
E as pessoas devem saber!
E se eu não te seguro mais forte
É porque tenho medo
Que saiba que eu não quero mais te soltar...

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Le droit d’aimer!

O começo é sempre igual. "Que no começo tudo é muito divertido". A maneira de sentir muda. Quando a gente crê, parece sempre que está maior que antes...
Ninguém nunca sabe quando acontece. E isso é lá coisa pra se saber?
Creio que não! E crer é o que todos fazem. Crer no mais improvável, na dúvida própria, na dos outros etc. Para não se sentir sozinho talvez! Pra ficar mais doce, mais salgado, mais dolorido... Pra ficar maior que antes.
Todo um conjunto que os intolerantes temem em partes,
Todo um conjunto que os bobos amam.
O começo é sempre igual, mas o final...

... Ne peut être plus doux...
O final pode ser o resultado daquele que conseguiu viver da mais pura vaidade.
Ou daquele que confundiu o pré conceito com a verdade. Tem também aquele ingénuo, que viveu aquilo sem objetividade...
Ah, o final, ele também é maior que antes!
Quando a gente crê, parece sempre que está maior que antes...
O final, na verdade não é final, primeiro porque aquilo que parece que acabou deixou de existir muito antes. Segundo porque sempre voltaremos sempre a acreditar que ele existe.
Dessa vez por uma planta, ou por um cachorro, ídolo etc, ou até mesmo por aquele alguém que a gente jurou odiar o resto da vida.
É a vida, não é? Ou melhor, o essencial...
E porque sem isso fica difícil entender a essência da questão!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Mr. Dogma

Sem descarga emocional não dá.
Seria colocar à prova a simpatia
Do moço...

Da parada atómica
Da confiança, do medo,
Da casa, do amor...

É com radioatividade mesmo
Que assalta-me de que o moço
É o Mr. Dogma

É a peça que falta
Pro prazo de vida
Aumentar...

É verso que fala do
Real abstrato
Sem objetividade.

É o Mr. Ego
Como vês, o humilde
O sonhador...

Que com os pés no chão,
Voa!
E sussurra aos cinco ventos:
Nós vamos mudar o mundo!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sem contar que...

Contei e,
Conto as horas para
Contar com as chances

De contar diferente
A mesma coisa:
Que conto com alguém

Que conta comigo
E conta sorrindo
A mesma coisa...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Eu não consigo acreditar...

Pérolas do ENEM:

1) “o problema da amazônia tem uma percussão mundial. Várias Ongs já se estalaram na floresta.” (o pessoal do Olodum está por lá?)

2) “A amazônia é explorada de forma piedosa.”

3) “Vamos nos unir juntos de mãos dadas para salvar planeta.” (tamo junto nessa, companheiro. Mais juntos, impossível)

4) “A floresta tá ali paradinha no lugar dela e vem o homem e créu.” (e na velocidade 5!)

5) “Tem que destruir os destruidores por que o destruimento salva a floresta.” (pra deixar bem claro o tamanho da destruição)

6) “O grande excesso de desmatamento exagerado é a causa da devastação.” (pleonasmo é a lei)

7) “Espero que o desmatamento seja instinto.” (selvagem)

8 ) “A floresta está cheia de animais já extintos. Tem que parar de desmatar para que os animais que estão extintos possam se reproduzirem e aumentarem seu número respirando um ar mais limpo.” (o verdadeiro milagre da vida)

9) “A emoção de poluentes atmosféricos aquece a floresta.” (poluentes bem sensíveis, hein)

10) “Tem empresas que contribui para a realização de árvores renováveis.” (todo mundo na vida tem que ter um filho, escrever um livro, e realizar uma árvore renovável)

11) “Precisamos de oxigênio para nossa vida eterna.” (aleluia, irmão)

12) “Os desmatadores cortam árvores naturais da natureza.” (e as renováveis?)

13) “A principal vítima do desmatamento é a vida ecológica.” (deve ser culpa da morte ecológica)

14) “A amazônia tem valor ambiental ilastimável.” (o quê??)

15) “Explorar sem atingir árvores sedentárias.” (peguem só as que estiverem fazendo caminhadas e flexões)

16) “Os estrangeiros já demonstraram diversas fezes enteresse pela amazônia.” (imagina o cheiro... por isso as árvores morrem...)

17) “Paremos e reflitemos.” (você primeiro...)

18) “A floresta amazônica não pode ser destruída por pessoas não autorizadas.” (ê laiá)

19) “a amazônia está sendo devastada por pessoas que não tem senso de humor..” (a solução é colocar lá o pessoal da Zorra Total pra cortar árvores)

20) “A cada hora, muitas árvores são derrubadas por mãos poluídas, sem coração.” (para fabricar o papel que ele fica escrevendo asneiras)

21) “A amazônia está sofrendo um grande, enorme e profundíssimo desmatamento devastador, intenso e imperdoável.” (campeão da categoria “maior enchedor de lingüiça)

22) “Vamos gritar não à devastação e sim à reflorestação.” (NÃO!)

23) “Uma vez que se paga uma punição xis, se ganha depois vários xises.” (gênio da matemática)

24) “A natureza está cobrando uma atitude mais energética dos governantes” (red bull neles – dizem as árvores)

25) “O povo amazônico está sendo usado como bote xpiatório” (ótima)

26) “O aumento da temperatura na terra está cada vez mais aumentando.” (subindo!)

27) “Na floresta amazônica tem muitos animais: passarinhos, leões, ursos, etc.” (deve ser a globalização)

28) “Convivemos com a merchendagem e a politicagem.” (heeeein?)

29) “Na cama dos deputados foram votadas muitas leis.” (imaginem as que foram votadas no banheiro deles)

30) “Os dismatamentos é a fonte de inlegalidade e distruição da froresta Amazônia” (oh god)

31) “O que vamos deixar para nossos antecedentes?” (dicionários)

OBS: os comentários não foram feitos por mim. Afinal, sem comentários.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Pau que nasce torto para mim é pênis curvo congênito.

Estou tentando evitar esse momento de escrever coisas aqui que não vão fazer sentido para ninguém além de mim, mas dêem- me crédito, estou passiva:

Não entendo e eu quero muito um dia entender essa mania que as pessoas têm de não enxergar o que existe entre o 8 e o 80. Me refiro aos leigos que não entendem que as pessoas podem ser muito mais do que eles acreditam. Não sei muito bem o que eu quero dizer, mas é que tenho observado que as pessoas que acham que têm total aquisição da capacidade de lidar com seus sentimentos ou pensam que os outros têm também total aquisição da capacidade de lidar com seus sentimentos ou então que eles necessitam urgentemente de ajuda. Desculpem se exagerei, só que eu estava com esse pensamento contido aqui há tempos e isso realmente me faz, hoje, querer gritar, gritar horrores. O foda é que não vai adiantar tanto quanto deveria esses gritos, porquê é provável que um alguém, que acha que tem alguma capacidade de lidar com seus sentimentos, vai pensar que eu preciso urgentemente de ajuda. Pois é! Basta qualquer desvio de rota, qualquer coisa aparentemente imprevisível que as pessoas já acham que você é doida, doente, estranha ou até constrangedoramente normal etc blá blá blá. Eu até entendo que se alguém conseguiu ter certa atitude uma vez tem possibilidades consideráveis de a atitude se repetir. Mas isso quer dizer o que? Que a pessoa vai ter essa atitude o resto da vida? Grandes imbecis aqueles que disseram "pau que nasce torto nunca se endireita", provável que eles estivessem falando de seus pênis. Sério, pau que nasce torto para mim é pênis curvo congênito. Pensem comigo, ninguém nasce errado, ao não ser estejamos falando das pessoas biologicamente predispostas, entendem? Desculpem! Perdi a linha. Todavia, eu posso muito bem voltar atrás, olhar em frente e dizer: coitados daqueles que disseram que um pau que nasce torto nunca vai se endireitar, eles não sabiam que pessoas que acham que tem capacidade de lidar com sentimentos levariam isso a sério e o pior ajudariam os que realmente precisam de ajuda a acreditar nisso também. E tenho dito: tão mais fácil acreditar no pior. Talvez porque o pior já tenha acontecido várias vezes. Ou quem sabe porque ninguém acredita naqueles que já desviaram a sua rota simplesmente por quererem os que todos querem: Ser feliz, ou melhor, ter a capacidade de lidar com seus sentimentos e viver entre o 8 e 80.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Nocaute.

Não! Ainda não me cansei dos meus versos sem poesia. Vou continuar me vomitando. Eu mereço. Acreditem! Pois é o que eu tenho feito, além de mudar a minha conduta psicológica, claro.

Foi pertinente
Não viver a realidade.
E essa abstinência
Tem caráter de Fatalidade?

Mas agora é tudo há!
Fiz a pergunta errada
Pois a Fatalidade
Está com a hora marcada

E era tudo que havia:
Abstinência.
E de que adianta a merda da
Pertinência?

Fiz outra pergunta errada
E a Tragédia?
Nocaute,
O drama está na média...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Padam Padam!

Il dit "Rappelle-toi tes amours
Rappelle-toi puisque c'est ton tour
'y a pas d'raison pour qu'tu n'pleures pas
Avec tes souvenirs sur les bras..."


Ela diz "Lembra-te de teus amores.
Lembra-te, que é tua vez,
Não há razão para que não chorar
Com suas lembranças nos braços"


(Écoutez le chahut qu'il me fait)

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O PIOR POEMA PARA A PIOR PESSOA

Estava mexendo na minha papelada e encontrei esse poema escrito por "alguém" para mim em 2007. Incrível como fez mais sentido hoje:

A verve da menina dogma verte em versos desconexos... Mas ela tenta.
Mostra que nem toda lágrima é inspiração e o pranto nem sempre dá bons frutos
Abseço e ironia
Frases sem poesia
A mulher dogma tem ares de um certo flerte; flerta com a dor e as escondidas tem um caso com o amor. Flerta com a dureza, mas no fim dorme abraçada com a fraqueza.


A PIOR RESPOSTA


Num tempo de cura ela tentou poesia.
E em tempos de cura tentava amar.
Em tempos de cura ela quis ser pura,
Não pela pureza, mas pela obrigatoriedade de ser feliz.
Mas o simultâneo desejo de paz e insânia ainda amava diretriz.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Carlos Drummond de Andrade

Lutar com palavras
é a tuta mais vã.
Entanto lutamos
mal rompe a manhã.
[...]
Palavra,palavra
(digo exasperado),
se me desafias,
aceito o combate.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

The Take Over.

“Be what you would seem to be - or, if you'd like it put more simply - never imagine yourself not to be otherwise than what it might appear to others that what you were or might have been was not otherwise than what you had been would have appeared to them to be otherwise.”

Seja o que você parece ser. Ou, simplificando: nunca imagine você mesma ser outra coisa diferente daquilo que possa parecer aos outros ou poderia ter sido se não fosse diferente daquilo que você aparenta ser às outras pessoas." Alice's Adventures in Wonderland.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Denise

O nome do conto lembra-me alguém, mas a história lembra muito mais!
Achei lindo, de Elisa, não Dindi Elisa, e sim Elisa Lucinda:

Eu achava que ela parecia muito comigo. Tinha os olhos verdes, a pele morena. A mãe era Rosinha, italiana casada com Seu Pedro, um negro boa gente que gostava muito de um copo.

Eu e Denise parecíamos as goiabas da goiabeira da gente. Goiabas da infância. Qu mangas. Alguma irmandade de frutas vizinhas nos unia à mesma árvore e ao mesmo quintal. Éramos irmãs no meio da tarde. Passando a faca uma pra outra, descascando laranja, no meio da mesma tarde, brincávamos de comer os pedaços finais das palavras, mineiramente e feito caipira; inventávamos músicas: “tom Deni, pó cascá primeiro”.

Carrinho de rolimã e as pernas longas e magras de Denise. E a risada dela. E as tirinhas de nossa vermelha gravata do grupo escolar sempre aumentando com a série. Denise...

Era julho e férias, eu peguei hepatite. Meus pais e irmãos foram para Linhares e fiquei com minha avó. Era chato ficar doente. E aquela era uma doença tão amarela, tão chá de picão toda hora, tanto doce de hora em hora, que tinha até perdido o gosto toda bala. Eu já não agüentava mais doces, nem ver. Minha avó era severa e triste. Eu era insevera e alegre e a única coisa que me atraía naquele repouso obrigatório era a novidade. Ficava no quarto o dia todo só fingindo que tava triste: meus irmãos longe se divertindo e eu não! Era como se sempre chovesse lá fora. Como se aquelas férias fossem um quintal onde não pudesse brincar. Mas no fundo a novidade de tudo aquilo me fascina.’a e, mais no fundo ainda, me divertia. Não conseguia ficar triste de verdade. Por isso fingia. Chorava e tudo. Fingia pra mim primeiro. Depois pros outros. Mandei um bilhete pra Denise vir me ver. Hepatite pega, diziam. Só uma coisa era imune àquela doença, essa coisa eraa solidão. Claro! A solidão já era amarela e pálida mesmo; não corria perigo.

Denise chegou. Entrou sonsa, passou pelos óculos da minha avó na máquina de costura e veio alta, saracura de pernas longas sob o vestidinho largo com elefantinhos verdes na estamparia. Me olhou como se trouxesse no ventre o proibido, a subversão. Rimos sapecas uma para a outra. Quatro olhos verdes. Denise sacou de dentro do vestido uma lata de goiabada e com um abridor junto. Sorriu. Pensou que era proibido e me trouxera uma dose enorme do que pensara ser um pecado bom e do qual eu estava enjoada de ser o meu remédio. Por amor comi.

Era amor aquela lata. Ela então levantou o vestido, eu levantei o meu e nos abraçamos feito coisa combinada, encostando nossos corpos um no outro. Nós éramos uma só naquele momento, naquela mesma tarde. Os corpinhos colados como um espelho cheio de sonhos: viraríamos mulheres e casaríamos e teríamos marido e filhos cada uma. Toda a tarde ficou feliz naquele momento. Todo o mês de julho, todo o barulho da máquina de coser e seu motor vindo do quarto de costura ficou feliz. Ficamos um minuto de eternidade ali. Sol, canavial, abacateiro, galinha, peru, cachorro, todo o universo ali.

Até a hora em que minha avó adentrou o quarto e rasgou a cena do que ela pensou ter visto. Mandou Denise embora e me fulminou com olhos de queimar o outro e o sentenciar o inferno. Chorei com a lata de goiabada ao lado do travesseiro.

Minha mãe voltara dias depois e chamou Rosinha pra conversar as conversas confusas e desesclarecidas dos adultos. Nos vigiaram sempre depois dali. E nós nem nos lembrávamos mais o porquê. Depois nos mudamos de bairro, de cidade e de estado. Ficamos nos devendo uma conversa nalguma tarde para pormos a vida em dia. Depois, sei que Denise casou, que teve uma filha linda, um marido que ela acreditava ser lindo, e era dona de uma loja chamada Coisas da Fazenda. Isso me fez pensar que minha amiguinha duraria para sempre.

Mas hoje Denise morreu. Liguei, pra infância, telefonei para o que sobrou de tias e vizinhos. De quê? Por quê? Cadê Denise? Denise morreu de hepatite aguda, responderam.

A morte de Denise me deu uma solidão amarela no peito. Um sol que dormiu fraco e cedo; como um repouso obrigatório. Um dia obrigado a virar noite no meio da tarde.

Denise, eu não cheguei a tempo com minha lata. Denise, eu joguei meu abridor no infinito.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

E o vento leva.

Aquele vácuo
Aquela gente
Aquele ponto
Uma bicicleta, hippies, viciados

"Me dá umas mueda?
Na biquera num aceita cartão, fia"
Alguns olham nos meus olhos
Outros na bunda da nega

Que veste a blusa igual a minha
Lembro estar num sistema
Etiqueta, rótulos, roupas
Quero tirar as roupas

Numa rua vazia
Ando, ando e ando
Não sei andar em São Paulo
Não sei andar

No mesmo lugar
São sempre os mesmos
Que enchem a bola, o saco
Na rua

Uma mendiga põe meus batimentos
Na garganta
Nos pés
No chão

O inferno subiu
E o céu da minha boca está seco
E os das bocas que gritam
Seu pão de cada dia também

Olham para mim
Provável que se perguntem
Porquê estou estou chorando
Correndo, correndo...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Pessoas humanas...

... Sabem que não sabem aquilo que os desumanos pensam que sabem. Dizem o que querem dizer quando querem dizer. Têm preguiça. Gostam de perder todos os capítulos de todas as novelas quando lembram da TV. Discutem assuntos irrelevantes. Odeiam o sensacionalismo.
Têm pouca sexualidade e muitíssima assexualidade. Amam neologismo. Sabem dizer não. São imorais, não amorais e muito menos moralistas. São pouco vaidosos. Não têm vergonha de serem irrelevantes. Sabem perder tempo. Consultam o dicionário. Lutam contra seus demónios. Não são eclécticas. São insubstituíveis. Passam coisas boas a diante. Interagem muito bem entre si. Não mudam os princípios. Mudam de opinião. Eximem a culpa de não serem perfeitos. E amam até os desumanos...

domingo, 17 de janeiro de 2010

O mesmo tema.

Que tolerância!
Refiro-me a toda essa paciência
Que tenho com minha insegurança

E a minha rota
E com o mesmo tema de sempre
E a detestável responsabilidade

Que me jogo às costas
À retina
Às mãos
Aos seios,

Que agora gozam da mágoa
Que crescia durante o "adeus"
Berrado daquela boca meio aberta

Além da tolerância resta-me objetos
Que guardo para lembrar
De quando era mais que isso

Minha tolerância pode ser preguiça
De perder por completo
Por isso ainda divago o mesmo tema

sábado, 16 de janeiro de 2010

Vergonha de um quase nós.

É fascinante como vemos o que somos,
O que sentimos,
O que queremos.

E sinto que sua ausência está menos presente.
Esforço-me e você fica
Como se isso fosse fazer algum bem a alguém.

E escutar música já não é mais tão gostoso,
Acabo lembrando...

Ou do meu jeito estranho de amar você.
Ou de como sentia medo no começo.
De como você mudava depois do pôr-do-sol!

Da maneira como você conseguia dizer "não".
E de quando você era bom comigo.

De quando era
De como não foi
E do quase nós.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Nádegas a declarar.

Descobri que sou uma pessoa que realmente não precisa passar de ano para trocar a minha alma de casa. Ou melhor, trocar de alma blá blá blá.
Nádegas a declarar.
Deve ter algo mais para escrever só que eu não lembro, lembro só do que não deveria lembrar, das coisas que me fazem mal.
Mudando quase nada de assunto, mais um poeminha (no diminutivo mesmo):

Ser iracundo
Que passou a gritar
Fode, confude
Quer ser libertar

De dentro de mim?
Pra dentro de mim?
Não dói, é bom
Será que tem fim?

No fundo
Espero que me leve
De dentro de mim?
Pra dentro de mim?

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

O café da minha xícara está acabando...

Talvez eu quisesse começar de outro jeito, mas a minha falta de amor é tanta que até as palavras estão correndo de mim. Eu nem quis dizer isso, pois lembra o fato do meu café estar realmente acabando e isso irrita-me mais do que eu ter começado esse texto com talvez. Dá para eu começar de novo esse texto, mas não ficaria próximo daquilo que eu quero ler depois... Esse negócio de não voltar atrás está me deixando mais adolescente do que nunca. Joguei até minha tecla backspace na privada e dei discarga! Mentirinha, mas me imaginei, sim, fazendo isso...
Acabou o café. ¬¬


Um ponto final
O fim de nossa rota
Sem fim

Paro
Olho
Sinto

Não consigo dizer
Tento
Mas pareço que minto

Outro ponto final
E esse é de verdade
Lembro das mentiras
E da sua vaidade

Grito
Choro
Penso

Não consigo dizer
Tento
Mas me falta o alento

Mais um ponto final
Esse é eterno
Porque pintei no peito

sábado, 9 de janeiro de 2010

Pareço um pingo com você?

Essa puta cavidade
No meu peito
Puxa pra dentro
As gotas de adeus

Essas gotas do céu
Caíram e,
Se misturaram com as
Gotas de alguém
Que se conforta
Ao saber das gotículas
De amor próprio que tu expeles

A gota d'água!
Me sentindo Oh, lonesome me
Drops e mais drops de
How Soon Is Now?

A minha fossa agora te puxa
É por você ser o meu oceano
Que seu mar merece
As Gotas de adeus

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Prepulsar

Proveniente de uma surpresa
Quase que esperada
Busco impelir
Sem ser precipitada.
Mas que que mentira!
Eu nem sou equilibrada
Prometo ser desta vez
E mais, meu bem
Sem ser por ti cobrada.

Eximir não dói.

Postando agora estou sentindo-me uma louca pelada na frente de conservadores. Nunca pensei que me sentiria assim por aqui. Sempre gostei que soubessem de mim, mas agora é como se eu estivesse desprotegida diante de um inimigo. Não sei quem é ele ainda. "Metáforas toscas!". E pra fuder, é bem agora também que eu estou com vontade de escrever tudo a todo momento. Que lindo, né?! Esperei muito por esse momento... Falando em esperar, hoje aconteceu algo que não esperava. Pra falar a verdade eu esperava, mas só um pouco. E eu deveria sentir vergonha por isso. Vou explicar: Grrr! Eu deveria eximir a culpa de não ser uma pessoa boa sempre... Recebi uma ligação hoje. De um amigo que não falava há muito tempo. Tempo esse suficiente para ele não saber mais porra nenhuma de mim, pelo menos, foi essa a impressão que eu tive no telefone. E talvez tenha sido essa surpresa. O fato dele não saber mais nada de mim. E se ele não sabe mais nada de mim é porque eu mudei. Oh! E aconteceram muitas e muitas coisas na minha vida, que com aquela sinceridade de amigo ele dizia ser a vida mais chata que alguém poderia ter. Mais infelizmente tem também a possibilidade de ele nunca ter me conhecido. Quer dizer... Talvez eu nunca tenha sido eu. Tudo isso porque eu sempre quis ser uma boa pessoa para ele. Sim vou bater bastante nesta tecla. Não vou ficar pensando nisso até chegar à uma conclusão HAHA. Talvez nunca tenhamos chegado à conclusão alguma sobre porra nenhuma.! Não é?! Num é tudo relativo meu cu. ¬¬ Parei. Parei mesmo. Parei! Acabou este post. Vou eximir a culpa... beijos, tchau, valeu.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Eu nunca quis tanto ser eu

Estou assistindo TV para provar para ninguém (pois nem eu acredito que eu tenha essa capacidade) que eu consigo fazer duas coisas ao mesmo tempo. Talvez eu esteja escrevendo esse post para superar a merda do post anterior. Ou quem sabe porque me deu uma vontade incontrolável de dizer qualquer porra para mim dizendo ao outros (idiotas que tiram conclusões precipitadas) o tanto que eu quero ser eu, e o mais incrível, sem ajuda de nenhum deles. Até estranho dizer isso. Eu que sempre plantei algo como "Ninguém é uma ilha" e blah, agora quero ser várias delas. Caralho! Tanta fraternidade assim pra quê? Para as pessoas acharem que te conhecem e te tratarem como se fosse um preceito ou qualquer merda que elas podem controlar a qualquer momento?
Já não estou mais assistindo TV. Cansei de provar para ninguém que eu consigo fazer duas coisas ao mesmo tempo, talvez um dia esforce-me para conseguir, mas por agora, como já havia dito, quero ser muito eu mesma. Não que eu vá fazer dos meus defeitos algo imutável. Não. Isso nunca. Sempre odiei as pessoas que fazem de seus defeitos algo para se colocar num pedestal, aqueles que dizem ser o que são e, às vezes até o que não são, tirando vantagem e quase sempre humilhando o próximo, por exemplo: dizendo que a culpa não é dele e que aquele defeito faz parte do ser.
Acredito nessa essência nas pessoas, a tal que faz ou pessoa brilhar ou ser totalmente invisível - claro que isso é questão de opinião- , mas acredito mais ainda é na mudança, na evolução. Todos podem mudar porra! E isso para mim não é questão de opinião. O que é relativo?
Ninguém é o que é para sempre a não ser que queira. E taí ó, como sempre, é só querer!!! Sábio aquele que disse que querer é poder! Mas que merda fedida.! É tão irritante soar como algo fácil ou cliché quando digo que é só querer e que isso não é relativo. Mas é a (minha) pura verdade. Se as pessoas conseguem mover montanhas para um capricho, vaidade e blá blá, o que custa elas quererem mudar? Afinal elas já admitiram serem imperfeitas, são elas mesmas que saem gritando aos quatro ventos que são isso ou aquilo, e o que mais deixa-me fudida, usando discursos patéticos e usando as palavras em demasia. Eu perdi o foco, mas mesmo assim deu certo. Eu disse para mim dizendo aos outros aquilo que eu mais queria dizer. Toda essa irritação, tudo isso que me deixa fudida ajuda-me a querer ser uma pessoa melhor. E no meu pontinho de vista que vai virar um ponto logo logo, eu preciso ser mais eu sem medo- não que eu seja a hipócrita e tals, mas muitas vezes eu fui, por medo de me entregar completamente em diferentes(sempre a mesma) situações- para ser uma pessoa melhor.
Vou reaparecer, quero dizer, me isolei para pensar no que estava acontecendo comigo, ou melhor, o porquê que estava acontecendo... Não precisa ter um culpado, porém toda ação tem uma reação, então, deu no que deu.
Prometo agora ser quem eu estou e não o que deveria ser para fazer os outros felizes! Eu preciso me fazer feliz primeiro. ha- ha. Perceber isso só agora foi gozante! Era para ter sido mais, mas consegui me molhar...
Cumprir promessas, desejar, falar, dizer, gritar, ser louca, não ser hipócrita, ser sozinha, ser má, ser quem eu amo ser ETC... E tudo isso sem medinho de me abandonarem e sem a TV ligada para provar para ninguém que eu consigo fazer duas coisas ao mesmo tempo.
Continua...
Beijos, tchau, valeu.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

1º post.

Registro da virada:
1º dia. Logo que acordei pensei que estava ainda dormindo. Sensação esta que não sentia há tempos. Horas e horas de conversa. Tá! Nem foram tantas horas assim, mas foi um tempo relativamente longo antes de partimos. Quem me conhece sabe que eu odeio esperar.
A viagem
Geralmente as viagens são cansativas, mas ao lado da companhia perfeita (aos meus olhos) foi bem divertido. Com direito a gargalhadas escandalosas, ronco, mais gargalhadas, calcinha enfiada na bunda, sono, brisa e até...
FOI BOM! (Ou muito bom)
Chegamos então. Dai foi apresentações pra lá, pra cá. E "olha, é aqui!".
E estamos aqui. Estou escrevendo e vamos jantar à luz de velas. =D
...

Assisti as luzes do parque ao lado... Dormi feito anjo.

2º dia. Acordei com o sorriso dela. E mais, ela me mandou um beijinho. Levantei-me da cama, a procurei, nos abraçamos. Tomamos o café da manhã fomos a praia. E percebi que ela é realmente Best. Bestass hohoho. Tô aqui escrevendo e vendo ela pensar. Daqui a pouco iremos preparar o almoço.
...

Saímos, fizemos compras, nos estressamos, trocamos de quarto, relaxamos... A Bestass teve um ataque de loucura, acho que ela é carente mesmo. Me fez rir muito. Eu ri e dormi.

3º dia. Acordamos, planejamos o dia. Cumprimos os planos e fomos surpreendidas novamente. Estou feliz. Falei do mar? Ele está bem mais bonito hoje. Muito mais aliás. Hoje matei a saudade da minha Sis. Como pode alguém fazer tanta falta em tão pouco tempo?
Ando comendo muito... Besteiras... Camarão... Cerveja... Besteiras...
Sem tempo para dizer o quanto isso tá bom e a virada é amanhã. (?)
Tomei um gole de cerveja e agora eu quero mais.
...
Voltei da feirinha agora.. Estamos sóbrias e tentando dançar capoeira.

4ºdia
Eu aqui numa boa
Feliz do nada
Alegre atoa
Tô nem aí
Se a rima é boba
Quero me sentir assim
Pra sempre (agora)
Quando de novo (às vezes)
A apatia for embora

Feliz Ano Novo.

"A porta está fechada, mas não está trancada!". Agora é só cumprir pormessas.