sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Diário de uma co- dependente


Meu blog nunca foi verdadeiramente um diário. Apesar de muitas poesias e textos expressarem o que eu passo, não existe algo que me exponha como que se num confessionário. Sou treinada a vida toda a deixar as palavras mais bonitas do que são, mesmo que num contexto triste, e isso faz a verdade nua crua não aparecer. Para isso eu teria de deixar a minha vaidade de lado. Com dói. Prefiro ser vista e admirada pelo capricho que é dizer as coisas de uma maneira breve. E a brevidade pode até ser concisa, mas é também superficial. Como podes ver, eu escrevo muito sem dizer nada.  E é exatamente isso que eu quero mudar, juntamente, relatar e tratar minha doença: me anular para deixar que o outro seja todo o amor que afinal eu necessito. Sim! Sou co-dependente emocional. Não sou uma mulher que consegue amar pouco. Sou uma das mulheres que amam demais. Só uma mulher que ama demais pode entender um amor tão avassalador e destrutivo como sendo bom. O assunto é esse, a dependência de se doar mais que do que se recebe.  Isso e o ciúme. A possessão. Dentre outras muitas palavras que me fazem sentir uma pessoa não tão amável, mas amadora no amor.
Ter a consciência de que amamos demais pode ajudar e muito. Sei hoje exatamente que tipo de homem pode me destruir por conta da minha doença. Até por que foram eles, os problemáticos e doentes que sempre escolhi pra ter perto de mim. Isso não pode ser mudado de uma hora pra outra, até porque lidar com os saudáveis pra mim é um desafio.
A boa nova é que eu quero esse desafio pra mim. Finalmente me envolver com caras saudáveis e equilibrados no que se refere à mente.
Como eu disse, não é fácil pra mim, pois os caras bons que tem características que eu ainda nem conheço, eles me entediam sem fim. Eu gosto de sentir o frio barriga.  A dor peito de amor. A vontade de sair gritando. A paz não combina o amor em demasia, já perturbação, sim.
Eu gosto de me imaginar em contos de fadas que não terminam felizes para sempre e sim, terminam no amor.
Quem já leu ou já ouviu falar da co-dependência vai se identificar ao menos um pouco. Isso é normal, pois vivemos em uma sociedade deficiente no amor. O amor irá perecer, e isso é bíblico, e mesmo se não fosse está acontecendo diante aos nossos olhos. A segregação. A indiferença diante ao que é diferente de nós. Esse movimento acontece em decorrência do capital que nos leva a consumir algo que nos faça sentir parte de tudo isso.  Tudo que parece diferente de nós causa um estranhamento e distanciamento.
O que eu gostaria discorrendo sobre esse assunto e perceber o quanto o diferente pode ser bom. E quem sabe o que parece entediante e saudável transforme-se em algo comum e aceitável para mim.
Seja o que eu Deus quiser!

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