Meu blog nunca foi verdadeiramente um diário. Apesar de
muitas poesias e textos expressarem o que eu passo, não existe algo que me
exponha como que se num confessionário. Sou treinada a vida toda a deixar as
palavras mais bonitas do que são, mesmo que num contexto triste, e isso faz a
verdade nua crua não aparecer. Para isso eu teria de deixar a minha vaidade de
lado. Com dói. Prefiro ser vista e admirada pelo capricho que é dizer as coisas
de uma maneira breve. E a brevidade pode até ser concisa, mas é também
superficial. Como podes ver, eu escrevo muito sem dizer nada. E é exatamente isso que eu quero mudar,
juntamente, relatar e tratar minha doença: me anular para deixar que o outro
seja todo o amor que afinal eu necessito. Sim! Sou co-dependente emocional. Não
sou uma mulher que consegue amar pouco. Sou uma das mulheres que amam demais.
Só uma mulher que ama demais pode entender um amor tão avassalador e destrutivo
como sendo bom. O assunto é esse, a dependência de se doar mais que do que se
recebe. Isso e o ciúme. A possessão. Dentre
outras muitas palavras que me fazem sentir uma pessoa não tão amável, mas
amadora no amor.
Ter a consciência de que amamos demais pode ajudar e muito.
Sei hoje exatamente que tipo de homem pode me destruir por conta da minha
doença. Até por que foram eles, os problemáticos e doentes que sempre escolhi
pra ter perto de mim. Isso não pode ser mudado de uma hora pra outra, até
porque lidar com os saudáveis pra mim é um desafio.
A boa nova é que eu quero esse desafio pra mim. Finalmente
me envolver com caras saudáveis e equilibrados no que se refere à mente.
Como eu disse, não é fácil pra mim, pois os caras bons que
tem características que eu ainda nem conheço, eles me entediam sem fim. Eu
gosto de sentir o frio barriga. A dor peito
de amor. A vontade de sair gritando. A paz não combina o amor em demasia, já
perturbação, sim.
Eu gosto de me imaginar em contos de fadas que não terminam
felizes para sempre e sim, terminam no amor.
Quem já leu ou já ouviu falar da co-dependência vai se
identificar ao menos um pouco. Isso é normal, pois vivemos em uma sociedade
deficiente no amor. O amor irá perecer, e isso é bíblico, e mesmo se não fosse
está acontecendo diante aos nossos olhos. A segregação. A indiferença diante ao
que é diferente de nós. Esse movimento acontece em decorrência do capital que
nos leva a consumir algo que nos faça sentir parte de tudo isso. Tudo que parece diferente de nós causa um
estranhamento e distanciamento.
O que eu gostaria discorrendo sobre esse assunto e perceber
o quanto o diferente pode ser bom. E quem sabe o que parece entediante e saudável
transforme-se em algo comum e aceitável para mim.
Seja o que eu Deus quiser!
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