terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Abandonada.

Às vezes eu digo coisas como: "Desisto". Ou até mesmo: "Vou abandonar!". Percebo que são só palavras mesmo. Não me faz mal saber que são apenas palavras! "Credibilidade é tudo!", tenho dito. E eu acredito nessas minhas mentiras sinceras que pretendem ver na rua um dia o "primeiro amor" sem sentir culpa do abandono. Sem a mesma hipocrisia de quem mente pra si próprio que não quer mais um alguém (que quando some faz o outro pensar besteiras de um ser abandonado). Abandono? Mas quem seria o abandonado? Ou mais abandonado na história? Aquele que quer abandonar por ter sido abandonado ou aquele que é abandonado porque abandonou alguém. Acho que é o que abandonou alguém primeiro. Ele não tem culpa, ele quase não escolheu abandonar, ele nem sabe o que é isso, só fica sabendo o que é isso mesmo depois que é abandonado porque abandonou alguém.
Talvez demore para eu abandonar sem me sentir culpada. Quem sabe seja assim que eu queira viver. Mentindo saber mentir. Sim! Mentindo saber que eu sei mentir. Mentindo que eu minto e acredito na mentira, para mais tarde, quem sabe, abandonar de verdade. "Não deveria fazer isso!". Ambos sabemos quem é o abandonado mais abandonado, mas quem sabe eu realmente queira abandonar alguém. "Acho que não!". O ser que vai abandonar por vingança no fim dos fins vai ser o abandonado mais abandonado. Pois ele só abandonou por vaidade e não porque queria abandonar! Do adianta abandonar agora e mais tarde ser o mais abandonado dos abandonados?
Eu sei que eu não sei abandonar! E sei que isso não é uma mentira sincera.

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